O Rio de Janeiro é uma das cidades mais bonitas do mundo e o que não faltam são pontos turísticos invejáveis.
Atualmente com o falso pretexto de beneficiar as favelas cariocas algumas agências de turismo têm explorado com o consentimento dos governantes a desgraça alheia levando turistas para um verdadeiro tour da miséria.
Qual o benefício que os moradores têm com a invasão de privacidade desses turistas que se divertem com o infortúnio dos moradores dessas comunidades?
Os interessados por essa exposição da miséria dos moradores dos morros e favelas do Rio, ou seja, as agências e outras autoridades é que a população favelada ganha com venda de artesanatos e outras bugigangas.
Eu não consigo entender como se permite tal coisa, ou melhor, essa invasão desses turistas a esses moradores que deveriam ter todo apoio do governo para melhorar sua qualidade de vida e não ficarem a disposição de turistas que ao invés de buscar o lado saudável que o Rio de Janeiro tem pra oferecer vem em busca de um tour “exótico” como se fosse a visita a um zoológico.
O abuso chegou a tal ponto que um dos turistas passeando numa das ruelas da rocinha a segunda maior favela da América Latina ao deparar com uma dona de casa preparando o almoço da família teve e petulância de tentar abrir a panela da mesma para ver o que estava sendo feito, o que foi repreendido com um tapa na mão pela a digna senhora.
O mal avisado turista italiano deve ter achado que pelo fato de está pagando setenta reais pelo o “tour” lhe dar direito de fazer o que vier a sua cabeça sem ser advertido por isso.
Caberia ao guia desse turismo do absurdo chamar atenção para esses sádicos turistas que não precisam alimentar a população nem tratá-los como animais selvagens.
A socióloga Bianca Freire Medeiros que está lançando o livro "Gringo na Lage" começou uma pesquisa em meados de 2005 sobre esse fenômeno e que inclusive viajou para a Índia e África do sul tentando entender o que leva europeus, americanos e alguns sul americanos de diversas classes sociais passarem suas férias em famílias entre favelas, guetos e locais de destruição como o furacão Catrina ou mesmo as vítimas de Chernobyl.
Segundo declarou a socióloga numa entrevista ao Programa Jô Soares são oito as agências que detém o direito concedido pela Riotur para explorar esse turismo do absurdo no Rio de Janeiro e que a maior parte dos turistas acredita que eles estão contribuindo de certa forma com a população quando pagam a tal quantia pelo o "tour" entretanto na verdade os únicos beneficiários são as agências que tem o privilégio dado pelo principal órgão de turismo do estado do Rio de Janeiro.
Quem garantirá integridade física e moral e a privacidade dos moradores locais que são visitados no seu habitat como bichos?
Quem poderá garantir a segurança desses loucos turistas em busca de aventuras nem que seja na desgraça do seu semelhante quando houver uma movimentação policial para coibir o trafego local e atingir um dos desavisados turistas?
Um dos artesenatos vendidos na Rocinha e tras até um erro de grafia o que deve levar a maior parte dos turistas a zombar do analfabetismo dos moradores.O certo seria "Rocinha a peaceful and wonderfull place"-Rocinha um lugar pacífico e bonito.Quem é que vai pagar o pato?
As agências, a Riotur, a polícia ou os pobres moradores desses cartões postais?
Por favor, vão passear em outro lugar né?
O Rio de Janeiro continua lindo!
Edigarde Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário