Sai uma noticia quentinha do forno, sim do forno do padeiro, do pizzaiolo ou da caldeira do pasteleiro, isso mesmo, à partir de hoje com a derrubada da obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalista pelo Supremo Tribunal Federal, que segundo os ministros não é uma profissão que ponha risco a saúde da população como a medicina, por exemplo, e que o direito de expressão é de todos.
Isso significa que qualquer pessoa pode ocupar o cargo de jornalista ou mesmo abrir e manter um jornal sem se preocupar com diploma.
Cabendo apenas ao empregador avaliar a capacidade do candidato independente de formação acadêmica.
Será que poderá ser assim também com todas as profissões regulamentadas?
Quem teve motivos para comemorar pela a decisão do Supremo foi o Sr Nélio dono de uma quitandinha na rua onde moro, ele se sente um jornalista especulativo, mas pra mim não passa de um mexeriqueiro, porque ele sabe da vida todos nas redondezas e já disse que vai abrir um jornalzinho porque agora não precisa de jornalista nenhum pra assinar, ele a mulher a dona Cidinha se encarregam das reportagens, ou seja, das fofocas e ele mesmo será o redator chefe do jornaleco e quer contar com os comerciantes da localidade para dar uma forcinha no patrocínio, o que não vai faltar porque o povo quer mesmo é ver o circo pegar fogo.
A verdade é que o Sr Nélio está se achando.
Sabemos que não é o fim do mundo, mesmo porque o Brasil não é o primeiro país no mundo a não exigir a obrigação do diploma, tampouco condição suficiente para o exercício da profissão, também acontece nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Chile, China, Costa Rica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Peru, Polônia, Reino Unido, Suécia, Suíça, Portugal e muitos outros. Nestes países a mentalidade é a de que não pode haver impedimentos para qualquer cidadão ingressar no jornalismo, mas até criar e manter o seu próprio jornal.
Falando sério.
Em plena ditadura militar em 1967 foi criada a lei de Imprensa que servia como "teoria da segurança nacional" (para combater os inimigos internos rotulados de subversivos - opositores de esquerda). “regular os jornalistas e os veículos de comunicação” lei essa que foi revogada tardiamente com pelo menos uns 25 anos de atraso, acabou a Lei de Imprensa. Por sete votos a um, o STF revogou a lei 5.525, de nove de setembro de 1967, que regulamentava o setor.
A partir de agora, os julgamentos de ações contra jornalistas passam agora a ser feitos com base na Constituição e nos códigos Civil e Penal.
O que se espera a partir de hoje é bom senso e respeito aos fatos de jornais e jornalistas e agilidade da justiça para punir abusos.
Até ai parecia uma vitória para a Imprensa, mas com o questionamento de que seria necessário ou não um diploma para o exercício da profissão de jornalista que a entidade viu o quanto não era tão poderosa quanto parecia, já que a pressão do sindicato dos patrões aliadas a vontade de muitos políticos que para esvaziar essa função que já foi chamada do “Quarto Poder” dando-lhe menos importância do que eles achavam que tinham não mediram esforços.
Depois de regulamentada há quarenta anos os profissionais que já exerciam o ofício foram provisionados e com isso poderiam trabalhar em órgãos de comunicação por direito.
Pela minha trajetória profissional como radialista de profissão e de formação já conhecí ótimos jornalistas que não tiveram formação acadêmica, mas que nem por isso deixaram de ser agraciados como jornalistas exemplares e até ensinaram em muitas faculdades do Brasil ompartilhando as suas experiências.
Eu esperava uma reação maior por parte dos sindicatos da classe que sempre foram muito rígidos até mesmo com os formandos que precisavam de um estágio e o sindicatos achando que uma renovação não se fazia necessária ou mesmo querendo preservar em demasia os profissionais da área não davam a devida chance aos jovens que buscavam desesperadamente um lugar ao sol.
Como ficam os pais que investiram na formação dos seus filhos numa profissão que poderá à partir de agora ser exercida até mesmo por quem não tem nem mesmo um curso fundamental como formação, basta ter dinheiro e astúcia poderá se tornar dono e responsável por matérias que mesmo não colocando diretamente em risco a vida de pessoas poderão influenciar os seus leitores, ouvintes ou telespectadores sem a menor preocupação de qualquer ética.
Eu sei que nem todos jornalistas são éticos, assim como profissionais de várias áreas,mesmo porque um curso superior não pode alterar o caráter de ninguém, principalmente quando esse é voltado para o mal, isso também é um dom.
Pra ser político só é preciso ter dom e mais nada!
Edigarde Rodrigues
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