sábado, 2 de maio de 2009

O Exército deverá "pedir licença" para entrar na Raposa Serra do Sol?



Embora tenha sido enfatizado pela advocacia Geral da União e pelos Ministros do Supremo tribunal Federal de que as terras indígenas são de propriedade da União, com usufruto dos índios,não havendo qualquer impedimento legal para que as Forças Armadas atuem em seus limites, o coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza insiste em dizer que o exército brasileiro para entrar na reserva Raposa da Serra do Sol que possui uma área de 1,7 milhões de hectáres para executar qualquer operação tem que comunicar as comunidades e pedir autorização para tal: "Se o Exército, a polícia ou qualquer organização for trabalhar nas áreas indígenas, tem que comunicar às pessoas para elas ficarem sabendo o que está acontecendo. Não é nada demais comunicar aos tuxauas [caciques] o que vai fazer na Raposa/Serra do Sol", acrescentou o "manda chuva".
Peraí, isso é demais, não? como se não bastasse a humilhação sofrida por produtores de arroz e seus familiares que tiveram que abandonar o território deixando toda uma vida para trás, ou seja, sendo expulsos do seu próprio país, cujo prazo se esgotou no ultimo dia 30 e se não cumprissem seriam expulsos por forças militares, agora os índios querem proibir a entrada das Forças Armadas Brasileira e permitindo a entrada de Ong's internacionais, a grande maioria com objetívos duvidosos.

Contrariando a legislação brasileira eles já criaram uma milícia particular, com suas próprias leis e totalmente independente do resto do Brasil.
Isso é apenas o começo do que pode vir por ai com essa concessão dada pelos ministros com essa demarcação, permitindo que 18 mil índios das etnias Macuxi, Wapichana, Patamona, Ingaricó e Taurepang decidam não só por quem pode ou não trafegar no território, mas, também criar suas próprias leis ignorando o direito do cidadão brasileiro de ir e vir.

Eu sempre fui a favor de um referendo por tratar-se de um assunto muito delicado para ratificar ou não a decisão de meia dúzia de ministros que às vezes entre eles mesmo não se entendem chegando quase à via de fatos.

Caberia ao governo em nome da nossa soberania esclarecer a maior parte da população, que nem sequer sabe o que significa a tal decisão de demarcar continuamente a região e muito menos tem conhecimento da dimensão territorial em questão.Depois que o povo estivesse mais esclarecido, ai sim, promoveria um referendo para que o cidadão além de participar de uma decisão tão importante dividisse a responsabilidade com o governo pelo que venha acontecer naquela extensão do Brasil onde as duas principais organizações indígenas da região o CIR e a Sociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR), divergem frequentemente por possuírem opiniões e interesses conflitantes.

Resumindo: Ex-Produtores de arroz que contribuíram com divisas para o Brasil e não pra dividir o país, hoje estão buscando novos rumos, muitos deles sem ter por enquanto onde ficar com suas famílias sinalizam uma união com o movimento dos sem terra. Será que quem fez essa concessão tem ideia do que poderá acontecer?
De um lado a CIR versos Sodiu-RR e do outro a insatisfação dos ex-produtores aliados ao Movimento dos sem terra. Será que é possível fazer uma previsão?
De uma coisa eu tenho certeza, já foi o tempo em que índio se contentava com apito, hoje indio quer poder.

Edigarde Rodrigues

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