terça-feira, 2 de junho de 2009

A Debandada dos Nossos Jovens Craques para o Exterior.



São vários os motivos que levam os nossos jovens craques de futebol e outros atletas a buscarem uma vida melhor fora do Brasil.
Depois da Copa Mundo de 1930 que foi realizada no Uruguai muitos dos nossos jogadores se mudaram para vários países europeus e principalmente a Itália.
A imprensa da época como não via com bons olhos essa saída.
Muitas vezes por preconceitos, porque o jogador de futebol na época não era muito bem visto no Brasil e por pura falta de oportunidade de vencerem na vida como jogadores.

A lei Bosman passou a vigorar em dezembro de 1995 pondo fim a cota de jogadores europeus nos clubes da união européia hoje composta por 27 países e alem dos países comunitários foram firmados acordos com a Islândia, Luxemburgo Noruega, Rússia, com países africanos e Caribenhos no sentido de facilitar o livre trânsito nesses países e principalmente deles.

No Brasil a Lei Pelé de 1998 pelo decreto lei nº 9.615/03/1998, que determinou o fim do passe, dando ao jogador o direito de escolher onde quer jogar e deixando de ser uma propriedade dos clubes, dando-lhe total controle sobre a transferência de um clube para outro ao final de um contrato alem do jogador ter liberdade para negociar livremente o seu passe, favorecendo a circulação de jogadores dentro e fora do país.

O Brasil sempre foi um celeiro de craques e como declarou certa vez o Leonardo ex-jogador da nossa seleção, dirigente e atual técnico do Milan um dos maiores clubes do mundo, quando um jovem começa a despontar aqui no Brasil e a imprensa brasileira ainda não dar o destaque merecido, profissionais de clubes europeus, os chamados olheiros já estão em cima para indicar a sua contratação.

Em outros casos jogadores saem daqui ainda desconhecidos além de muito jovens e fazem fama nos países que lhe adotam e não é raro os casos em que eles se naturalizam e passam a defender as seleções desses países.
Um clássico é o primeiro brasileiro campeão mundial de futebol, Amphiloquio Guarisi (Filó), sendo campeão jogando pela Itália, em 1934. Também Mazzolla, quase 30 anos depois, campeão com o Brasil em 1958, jogaria
pela Itália como Altafini.

Atualmente brasileiro Deco,joga pela seleção de Portugal; Alves jogou pela seleção Mexicana e outros menos famosos, o caso mais recente é o de Cacau um quase desconhecido por aqui , quando chegou na Alemanha a situação era a mesma e após quatro anos assegurou seu lugar ao sol hoje joga no Stuttgart. Casado, pai de dois filhos, estruturou sua vida na sociedade alemã e conquistou a cidadania em janeiro deste ano.Sem esperança de um dia ser pelo menos lembrado pelo o Dunga, não quis mais esperar, foi convocado pelo técnico Joachim Low para a seleção alemã que disputará amistosos contra China e Emirados Árabes.

Aos 28 anos,realizado e rico ele é o terceiro brasileiro naturalizado a ser convocado para a seleção Alemã depois de Paulo Rink, em 1999, e de Kevin Kuranyi, no ano passado.

Não são todos os casos de sucesso , muitos regressam decepcionados, iludidos por empresários na maioria brasileiros, que prometem o que não podem cumprir e se aproveitam da situação desses pobres que muitas vezes são pedras preciosas do futebol mal lapidados pela ganância de dirigentes e empresários que não os veem como seres humanos e apenas como um objeto negociável tirando-lhes o sonho de criança de tornar-se um Fenômeno.
Como nos anos trinta a imprensa continua preocupada com essa evasão de jogadores brasileiros, muitos dos quais consideram uma perda de qualidade do nosso futebol.

Existe a meu ver outro agravante que é a fama do Brasil que pode ser comparado aos estados mais pobres do país que chegam a vender seus filhos por falta de condições de criá-los, como foi visto numa triste reportagem do Fantástico nesse domingo 31/05 por não ter perspectiva de uma vida melhor.


Seria bem melhor se os nossos jovens craques fossem para qualquer parte do mundo por livre espontânea vontade em condições de igual pra igual, mas sem ser apenas só pra ter condições de sair de uma vida difícil, alguns da favela.

A publicidade brasileira é uma das melhores do mundo e o futebol está se profissionalizando cada vez mais deixando de ser apenas um clube para ser uma empresa e pra isso deve aliar-se cada vez mais a esses profissionais da propaganda e marketing e buscar soluções junto a grandes empresas para que tenhamos condições de manter as nossas jóias ainda brutas podendo serem lapidadas aqui, ao invés de vender-mos aos quilos.

Se quiserem não é tão difícil se não vejamos o caso do Zico quando retornou da Itália quando jogou no Udinese, Romário e o mais recente Ronaldo o fenômeno, que campanha de marketing fenomenal...
Agora temos mais um dos nossos que quer voltar a ser feliz no seu país que não tem igual no mundo apesar dos “pesares” o Pedalada: Seja bem vindo Robinho!

Edigarde Rodrigues

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