sexta-feira, 22 de maio de 2009

Zé Rodrix-Sempre Sonhou com a tranquilidade de uma casa no campo, nos deixou tristes nessa "Selva de Pedras" Gelada!




Zé Rodrix foi um dos responsáveis pela trilha sonora da minha juventude. Lembro-me de sua participação no Festival da Record defendendo a música de Edu Lobo “Ponteio” juntamente com a Marília Medalha, onde ele passou a ser conhecido.

Reapareceu em 1970 como integrante da Banda Som Imaginário, que era considerada uma das melhores da época e misturava Jazz com Rock Progressivo.
Além de Zé Rodrix passaram pela Banda nomes como: Wagner Tiso, Tavito seu parceiro em “Casa no Campo”, Naná Vasconcelos, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Danilo Caymmi, e muitas outras feras.Gravaram quatro LPs.

O talentoso e irrequieto músico, cantor, publicitário e também escritor, José Rodrigues Trindade “Zé Rodrix”, que estudou no Conservatório Brasileiro de Música era um multi-instrumentista, tocava acordeão, flauta, bateria, saxofone, trompete, mas tinha paixão mesmo pelo piano, onde compôs a maior parte de suas obras musicais.

Quando ele se juntou a Sá e o Guarabyra a música brasileira nunca mais seria a mesma, porque o Rock Rural dava um toque romântico inovadou, diferente de tudo que tínhamos ouvido até então.
Quebrando o laço com a adocicada Jovem Guarda e ao mesmo tempo fugindo do lugar comum das grandes Bandas internacionais da época como Deep Purple, Led Zeppelin com seus sons agressivos e com bandas como Pink Floyd, Focus, PFM entre outras com seus Rocks progressivos.
Toda essa sonoridade de um roque bem brasileiro tinha um maestro, o Zé que entendia de teoria musical como poucos.
Ouça um áudio do LP “Terra” de 1973 o auge do Trio Sá, Rodrix e Guarabira com a música Mestre Jonas



Em meados dos anos setenta Zé Rodrix deixa o trio, e o Sá e Guarabyra seguem como uma dupla de sucesso levando o Rock Rural aos palcos do Brasil à fora e sendo muito bem aceitos Principalmente pelo público jovem universitário.


No final dos anos 70 Zé Rodrix se juntou ao fundador do extinto grupo Joelho de Porco Tico Terpins e partiram para o mercado publicitário, montaram a"Áudio Patrulha" produzindo diversos jingles que ficaram famosos entre eles o da Pepsi Cola que tinha o refrão: “ Só tem amor quem tem amor pra dar” e muitos outros que o Brasil cantarolou. além disso eles remontaram o Joelho de Porco que voltou em disco em 1983 com um LP duplo e em 1985 ganhou a melhor letra dos Festivais dos Festivais da Rede Globo com “A Última voz do Brasil”
Em 1988 ainda lançaram o LP “18 Anos sem Sucesso”
No ano de 1998 o seu sócio Tico Terpins morre de enfarte.

Em 2001 Zé Rodrix reuniu-se novamente a Sá e Guarabyra e gravaram um Cd E DVD "Outra Vez na Estrada" ao vivo e realizaram diversos shows pelo o Brasil.
No início da década Zé Rodrix chocou muita gente por se declarar Maçom e lançou uma trilogia de livros denominada “Trilogia do tempo” sobre a Maçonaria.

Teve outras ocupações além da música: foi jornalista, professor e cozinheiro e ultimamente era dono do estúdio A Voz do Brasil, que produzia jingles e músicas comerciais.


Ele nos deixa tristes numa madrugada gelada de 22 de maio nessa “Selva de Pedras" aos 61 anos de idade, ele que sempre sonhou viver ao lado dos amigos numa casa no campo.

Numa montagem especial “Casa no Campo” na voz de Elis Regina com a participação de Zé Rodrix, coisa que não aconteceu na terra, mas quem sabe se não cantam juntos quando se encontrarem no céu?





Edigarde Rodrigues

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