sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Perigo da Raposa


A demarcação contínua da reserva indígena “Raposa da serra do Sol” em Roraima que faz fronteira com a Venezuela e com a Guiana é sem dúvida alguma uma questão de segurança nacional.

Os indígenas que não querem mais “apito” como antigamente, orientados por Ong´s estrangeiras pressionam o governo brasileiro, que preocupado com a repercussão internacional pelo que pode causar a não aprovação, se ver sem saída, estão de olho nesse imenso território que poderá tornar-se um país à parte como querem eles, com autonomia total onde brasileiros não serão bem-vindos e que os estrangeiros farão as festas pagãs e tomarão conta das riquezas lá existentes.

Se o Brasil fosse um país sério como não diria Charles de Gaulle , trataria uma situação tão grave como essa de forma mais civilizada através de um plebiscito popular, onde através de campanhas publicitárias o governo fizesse uma explanação sobre todos os prós e os contras para uma tomada de decisão que poderá trazer conseqüências incalculáveis para o futuro da nossa soberania.

A arrogância de alguns caciques é bem clara quando diz que a desocupação do território por brasileiros de um modo geral será de imediato.
O que fazer com os agropecuaristas que investiram ha trinta anos atrás movidos por incentivos do governo para geração de empregos e tornar a região uma das maiores produtores de arroz do país?

Não quero defender latifúndios nem tão pouco ser contra os índios na sua mais pura intenção, quero apenas como brasileiro deixar aqui a minha preocupação com a má fé de alguns “caciques e pagés” e no que essa medida pode acarretar para o futuro do nosso Brasil.


Preservar os direitos indígenas a maioria dos brasileiros é a favor acho eu, o que não é legal é o governo deixar por conta de meia dúzia de ministros do Supremo Tribunal Federal uma decisão tão delicada que é abrir mão de boa parte do nosso território em prol de 19 mil índios e seus interlocutores estrangeiros em sua maioria, uma área que equivale a treze vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Se a moda pega onde iremos parar?
A população indígena que se concentra em sua maioria principalmente no norte do país poderá manifestar-se e através do seu porta-voz a Funai reinvidicar o mesmo direito de seus homônimos da Raposa da Serra do Sol e aí vamos rachar o Brasil.
Mesmo no sudeste os descendentes de Araribóia aquele cacique que passa seus dias apreciando as belezas do Rio de Janeiro podem querer defender o seu território e exigir a demarcação, e onde vai parar a população de Niterói?
Tô preocupado!

Ainda bem que um dos ministros o Marco Aurélio Mello num minuto de sabedoria e sensatez retardou essa catástrofe nacional e pediu “vista” ao processo o que evitou um lastimoso presente natalino para a população brasileira, deixando tristes algumas Ong’s, FUNAI e os mais radicais caciques que não se sentem brasileiros e sim mercadores de terras e de riquezas Tupiniquins.

Nem tudo está perdido, com essa atitude do ministro a decisão será adiada para fevereiro e até lá vamos torcer para que os três ministros que ainda não votaram possam refletir melhor e mesmo os que votaram a favor dessa aberração poder voltar atrás e devolver o Brasil aos brasileiros e conscientizar os índios que apesar de grandes diferenças que existem entre nós, a maioria do povo quer na medida do possível viver no mesmo território e em harmonia com aqueles que queiram pensar no Brasil como a sua pátria e não pensem em ratear as nossas riquezas com estrangeiros.

Edigarde Rodrigues

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Overdose Americana


Quando eu estou em frente à TV muitas das vezes eu me confundo e não sei se estou no Brasil ou nos Estados Unidos, tão grande é a overdose americana no nosso noticiário, seja pela a crise mundial que teve inicio no país do Tio Sam, ou pelas eleições que afinal de contas deu a Barak Obama numa esmadora vitória o titulo do homem mais poderoso do mundo,ou seja o Novo Presidente dos Estados Unidos da América.
Como se tudo isso não bastasse muitas empresas brasileiras, principalmente as do ramo de automóveis resolveram fomentar cada vez mais o idioma norte americano usando em seus comerciais jingles ou músicas em inglês sem nem mesmo se preocupar com a nossa língua e com os nossos compositores.
Será que os nossos compositores não são capazes de produzirem jingles tão bons ou melhores do que os que ouvimos a toda hora na televisão?
Até parece que estamos nos Estados Unidos de tanta overdose americana.
A propaganda brasileira já foi uma das melhores do mundo ganhando vários prêmios, hoje a publicidade de um modo geral está numa decadência no que diz respeito a sua criatividade.
O que se vê na TV atualmente são anúncios cada vez mais gritantes do tipo Casas Bahia, Marabraz e outros que infelizmente ainda conseguem fazer escolas e poluem cada vez mais os nossos ouvidos com berros e efeitos sonoros que a gente fica louco pra passar o mais rápido possível.
Já faz tempo que à publicidade brasileira não apresenta um bom Jingle como era comum antigamente.
Atualmente as Grandes marcas de automóveis como a Chevrolet, Ford, Volkswagen, Fiat, Citröen e muitas outras que vivem do diversificado gosto e do poder aquisitivo do consumidor brasileiro que adora carros e mesmo assim, eles não respeitam a nossa língua e abusam das músicas ou jingles originalmente em inglês sem se darem o trabalho de produzirem uma versão em português ou mesmo criar Jingles dentro da nossa realidade de país tropical que tem ótimos letristas e compositores brilhantes.
Ai que saudade dos bons jingles brasileiros que em geral de tão bons faziam as pessoas cantarolarem com muito prazer.
Será que a moda vai passar depois da euforia?

Edigarde Rodrigues

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um Sonho Americano-Uma Nova Era


A realização do sonho de um americano chamado Martin Luther King acaba de se concretizar.
Em um discurso que abalou os Estados Unidos nos anos 60 ele começava com uma esperança dizendo: I have a dream... “Eu tenho um sonho...” e dentre esses muitos sonhos havia um que era ver uma América melhor e seu povo de minoria negra,
Livre da segregação a que era submetido.

No mesmo discurso ele disse: “Eu já cheguei ao topo da montanha e posso ver o outro lado, talvez eu não possa chegar lá, mas você pode” e esse alguém a quem o reverendo Martin Luther King se referia embora inconscientemente, mas com a convicção de um visionário chama-se Barak Obama.

Há um pouco mais de quarenta anos quando da maior manifestação já vista nos Estados Unidos liderada por King, ninguém ousaria acreditar que um negro pudesse chegar ao posto maior de um país como os EUA convictamente racista, e, por conseguinte se tornar o principal líder mundial.

Barak Obama, com seu carisma e com uma proposta de mudança atraiu a todos.
Negros, brancos, jovens, asiáticos, latinos, africanos e a todo mundo que mantém acesa a chama de viver em um mundo melhor, livre de guerras e da pobreza que assola grande parte da população mundial, ele também não concorda com a riqueza em Wall street enquanto o seu povo está pronto pra pagar a fatura da especulação.

Já era madrugada, logo após a consagração de Obama como o presidente eleito dos Estados Unidos, e eu como todo mundo esperava o seu pronunciamento pela TV no parque Grant em Chicago. Finalmente ele se aproxima do palanque com sua esposa e suas filhas.
Um festival de cores: Brancos, negros, vermelho, azul dava uma idéia da unificação em torno desse novo e competente homem de cor negra.

Em suas palavras eu pude notar sinceridade e convicção em tudo a que se propõe.
Ele disse: “Quero que os Estados Unidos seja reconhecido não pelo o seu poder bélico, mas pela capacidade de união do seu povo em comunhão com o mundo”.

Confesso que fui acometido de grande emoção por esse fato que viraria definitivamente uma página importante não só para a realidade americana como para o mundo inteiro.

Ele reafirma o seu plano de mudar os Estados Unidos que atravessa a sua maior crise financeira desde 1929, trazendo um foco de esperança e passando pra todos a confiança que o mundo está precisando ouvir, pois como sabemos uma crise americana não se limita só as fronteiras desse imenso país, o mundo todo poderá pagar a conta se não for contida com muita luta e determinação o que parece não faltar a esse que é hoje o primeiro negro a conquistar o cargo mais cobiçado do mundo.

Obama venceu e eu acho que o mundo também sai ganhando, porque foi posto à baixo um dos maiores malefícios da humanidade o “preconceito racial” e com isso os valores poderão ser visto de uma forma incolor com ênfase no ser humano, independente de raça, cor ou religião.

A campanha de Obama foi brilhante em seus 21 meses de luta o que perdurou até o ultimo minuto e que resultou na mais importante vitória de um candidato à presidência dos Estados Unidos e trouxe um novo dado, a internet foi um fator relevante e contribuiu de forma decisiva principalmente junto aos mais jovens e fez toda diferença para a essa conquista, o que consagra esse veículo que faz parte de toda mudança em que vivemos.
Se os jovens americanos podem fazer a diferença, o que faz o jovem brasileiro por mudanças?

O mundo está mudando, a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética e com ela o fim da guerra fria, o comunismo mostrou pra todo mundo que não é tão paternalista como parecia e os Estados Unidos acaba de consagrar um negro de origem africana e além do mais com raízes mulçumanas o Homem mais importante do mundo, Presidente dos Estados Unidos da América.
O mundo mudou e o Brasil precisa começar a se preocupar em pôr fim a um racismo velado em todos os setores da nossa sociedade.
Muda Brasil!

Edigarde Rodrigues.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem vai Pagar o Pato?


A crise mundial está aí batendo a nossa porta.
A ganância dos bancos e financeiras americanos pareciam não ter mais fim e os financiamentos imobiliários de forma desenfreadas um dia teria que ter essa conseqüência desastrosa.
A farra era tão grande que qualquer americano podia financiar mais do que um imóvel, três quatro dependia do banco. O que seria um dos maiores “boom” imobiliário americano não passou de um inicio de uma catástrofe financeira que já atingiu o mundo inteiro e virou um grande Puuuummmm!
O que é para os americanos sem teto um sufoco do tipo levar os seus trailers para estacionamentos à noite aqui pra nós simples mortais tupiniquins seria um luxo só.
Essas foram algumas das imagens que a televisão mostrou na semana passada o que mexe de certa forma com o orgulho dos americanos.
Mas quem vai pagar o pato sem comer o pato?
Todos nós, porque afinal de contas vivemos o que chamamos de globalização.
O governo americano está tentando a todo custo cobrir os buracos do setor financeiros com o que por aqui chamaríamos de Proer, ou seja, injetar grana nos bancos que administraram mal as suas verbas e o padrinho pra não haver um quebra-quebra geral vai tentar convencer o congresso pra dar uma forcinha.
Enquanto isso aqui no Brasil a moeda americana ao invés de cair sobe a limites há muito não vistos por aqui.
Quer dizer se os Estados Unidos vai bem o dólar sobe e se vai mal sobe também.
Se por acaso o Brasil passasse por uma dificuldade a nível mundial o que seria de nós?
Será que os países ditos ricos iam ser solidários ou colocaria o país na lista maldita dos que são considerados não confiáveis para investimentos ou ainda viriam correndo emprestar dinheiro a juros altíssimos como sempre fizeram?
A comunidade européia e os Dragões asiáticos tem bala na agulha para tapar os buracos do setor financeiro e nós os primos pobres dos americanos do norte será que teremos grana pra pagar o pato?
E pior de tudo sem ter comido o pato, só o frango nosso de cada dia dos domingos na companhia do Silvio Santos. Quem quer dinheiro???
Edigarde Rodrigues

domingo, 21 de setembro de 2008

Nova Lei do Grampo: Uma nova censura ou Maior Privacidade pra quem não é Privado?


Eu acredito muito nos homens de boa vontade, mas fico sempre com o pé atrás para os falsos moralistas.
Precisamos ter muito cuidado com essa nova Lei que está pra ser apreciada pelo o Congresso Nacional e ficarmos atentos a quem vai interessar de verdade essa nova lei que protege a privacidade de alguns cidadãos.
Se for proteger os de bem será muito bem vinda, mas se for só pra coibir a ação da imprensa que quando é isenta consegue trazer para o público o que acontece nos bastidores das falcatruas, só vejo um jeito, deixar como está e claro desde que preservando o direito a privacidade dos assuntos privados e quando não for de interesse público e não prejudique investigações importantes da Policia Federal que tem feito o seu trabalho, pena que esbarra de vez em quando em "interesses" de quem não é nada privado é totalmente público até a manipulação indevida do dinheiro que também é publico.
Afinal de contas, o que essa nova lei propõe é mais uma vigília ao cidadão de bem como por exemplo a operadora ter que avisar se o pobre coitado por algum motivo atrasou o pagamento de seu telefone e ter o mesmo suspenso pela operadora ou se o trabalhador mudou de operadora.
Enquanto protege quem não devia.
Precisamos ter cuidado para o trabalho da imprensa livre não ser prejudicada por ameaças de prisão dos responsáveis se forem publicados matérias que embora sejam de interesse do público não interesse a uma cúpula que priva de direitos adquiridos dado pelo o próprio povo, isto é, que possuem cargos públicos e se julguem intocáveis.
Fica aqui a transcrição do projeto lei para a apreciação de todos:Projeto de Lei do Senado 525/07.
A quem interessa?


Muito obrigado aos que me visitam e os que deixam suas opiniões.
Edigarde Rodrigues

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fernando Barbosa Lima "Conselhos para o neto Pedro e pra muita gente"


Quando o Boni criou o livro que recebeu o título de "50/50", Fernando Barbosa Lima foi um dos primeiros nomes lembrados para contar a sua história. Na última sexta-feira 05/09 Fernando nos deixou. Transcrevo na íntegra o depoimento de Fernando Barbosa Lima para o livro do Boni. Nesse texto ele se dirige ao Pedro, seu neto, em setembro de 2000, quando a televisão brasileira comemorava 50 anos.
"Meu caro Pedro"
Agora que você está terminando o seu curso de comunicação e pensa em fazer TV é bom eu contar duas ou três histórias. Criei mais de 100 programas de televisão.
Alguns desses programas que eu criei foram famosos. Programas como o "Preto no branco", "Jornal de vanguarda", "Abertura", "Sem censura", "Os 10 mais", "Canal livre", "Cara a cara", "Conexão internacional", "Rede Brasil", "Os editores", "Advogado do diabo", "Baleia verde", "Persona", "Os brasileiros", "Primeiro time" e muitos outros. Nos meus encontros nas universidades e escolas de Comunicação sempre me perguntam como eu comecei na TV. Comecei tendo uma idéia.
Eu tinha 22 anos e estava na casa de meus pais em Botafogo. Na TV Rio passava um programa chamado "Cruzeiro musical". Patrocinado pela empresa de aviação Cruzeiro do Sul, o programa mostrava uma orquestra que tocava uma seqüência de boleros. Foi aí que, mesmo sem nunca ter entrado numa estação de TV, eu tive a idéia: por que uma empresa nacional de aviação, voando pelo Brasil, não faria uma série de programas mostrando o Brasil aos brasileiros?
Cada programa mostraria um Estado. Por exemplo: a Bahia vista através dos textos de Jorge Amado, das músicas de Caymmi, dos desenhos do Carybé e das lendas do candomblé?
Levei a idéia para o diretor de comunicação da Cruzeiro, o brigadeiro Rocha, que eu não conhecia, e ganhei o programa. E agora? Com o aval do patrocinador fui até a TV Rio e conversei com os seus dois diretores, Cerqueira Leite e Péricles do Amaral. Na mesma hora eles apoiaram a idéia. Era um programa diferente. Como até então eu nunca tinha dirigido um programa de televisão, pedi o apoio de um bom profissional da TV Rio. Foi aí que eu encontrei o Carlos Alberto Lofler, um poeta que conhecia o olhar de uma câmera. Um profissional da mais alta excelência, uma pessoa excepcional.
O programa foi um sucesso. Mostramos quase todos os estados do Brasil. Repetimos a série na TV Record. O próximo passo, já sendo considerado um homem de televisão, foi o programa "Preto no branco". Mais uma vez eu e o Carlos Alberto revolucionamos a linguagem dos programas de TV.
"Olhe bem este rosto. Deputado Tenório Cavalcanti, o senhor vive para matar ou mata para viver?"
A incrível voz de trovão do Sargentelli estourava em todos os televisores do Rio. No dia seguinte o "Preto no branco" seria o grande assunto nos botequins, nas esquinas e nos escritórios. O "Preto no branco" era uma nova proposta na TV. O cenário, ocupando todo o fundo, era um céu azul com nuvens. Carlos Alberto teve a idéia de pintar, pela primeira vez, o chão do estúdio. Sobre um fundo cinza, linhas de fuga pretas que se abriam em diagonal dando uma idéia de profundidade.
No centro do cenário, um banquinho de bar onde o entrevistado se apoiava, de pé. As perguntas eram feitas em "off", mudando completamente o estilo das entrevistas da época, quando o entrevistador ficava ao lado do entrevistado. A única regra era não entrar na vida particular de nenhum entrevistado. O programa era ao vivo, sem nenhum corte de edição. Não existia nenhuma possibilidade de censura ou manipulação.
Foi no "Preto no branco" que nasceu o super big-close da nossa TV. Como a tela dos nossos televisores era muito pequena, o super close era uma forma de estabelecer uma intimidade visual entre o entrevistado e o público. Cada detalhe era registrado: a mão tremendo, o suor, o olhar assustado.
A minha opção profissional sempre foi pelo jornalismo. É através dele que podemos acrescentar novos conhecimentos e novas possibilidades para o nosso povo. Sem educação não existe futuro. Um caminha ao lado do outro. Daí a minha preocupação de sempre buscar caminhos novos sem fugir do jornalismo.
Logo no início da nossa televisão os telejornais eram apresentados por locutores de rádio que liam as notícias. No fundo, uma cortina. Na mesa, uma cartela com o nome do patrocinador. Na verdade, eram jornais de rádio com uma câmera de TV dentro do estúdio.
Quando criei o "Jornal de vanguarda" a mudança foi radical. Fui buscar nas redações dos jornais e revistas jornalistas que sabiam dar e comentar as notícias. Gente como João Saldanha, Villas Boas Correa, Tarcísio Hollanda, Stanislaw Ponte Preta, Maneco Muller, Appe, Gilda Muller, Ricardo Amaral, Borjalo, Newton Carlos, Reynaldo Jardim, Darwin Brandão e Ibrahim Sued. Do outro lado das câmeras, Carlos Alberto Vizeu, José Ramos Tinhorão e Ana Arruda. Fazendo a ligação entre os apresentadores estavam as vozes de Luiz Jatobá, Cid Moreira, Fernando Garcia, Célio Moreira, Jorge Sampaio e Moacir Lopes. O melhor do melhor. Era um grande show de notícias, um jornal altamente informativo e criativo, que tinha a coragem de ter opinião. Foi uma revolução na TV. Foi premiado no Brasil e internacionalmente.
Para manter o seu espírito de independência ele passou por várias emissoras: Excelsior, Tupi, Globo, Continental e acabou na TV Rio quando foi decretado o Ato Institucional n° 5 e a censura total da ditadura militar. Não existia mais clima para o "Jornal de vanguarda". Toda a equipe, em conjunto, decretou o seu fim.
Só voltei para a televisão quando a ditadura começou a falar em anistia, abertura política, volta à democracia. Novamente junto com Carlos Alberto Vizeu, da Tele Tape, e os jornalistas Mario de Moraes e Luiz Carlos de Oliveira colocamos o "Abertura" no ar.
O "Abertura" era uma grande revista em movimento. Cada apresentador editava o seu quadro. Era apresentado por Villas Boas Correa, Ziraldo, Sérgio Cabral, Glauber Rocha, João Saldanha, Newton Carlos, Antonio Callado, Célia Portela, Vivi Nabuco, Fausto Wolff, Mariza Raja Gabaglia, Tarcísio Hollanda e Roberto D'Avila.
Foi a primeira vez, ainda no final da ditadura, que se voltou a falar em política no Brasil. Petrônio Portela cumpriu a sua palavra. Eu me lembro de uma reportagem do Roberto D'Avila, o melhor entrevistador da nossa televisão, quando ele conversava em Paris, com filhos de exilados. Crianças que não conheciam o Brasil. Foi um momento de pura emoção.
No jornalismo encontrei sempre a televisão na qual eu acreditava. Mesmo quando eu fui diretor da Excelsior, da TVE, da Bandeirantes e da Manchete o jornalismo estava sempre em primeiro lugar.
Agora mesmo, com o "Primeiro time", estou mudando o velho estilo do talk-show. Hoje, se o entrevistado não é excelente, ninguém agüenta mais ficar uma hora, 15 minutos, ou até menos, diante dessa pessoa. O controle remoto é uma realidade. No "Primeiro time" junto 10 pessoas interessantes e conhecidas, completamente diferentes entre si, mas que se interligam o tempo todo. Se você não gosta do "A", certamente vai gostar do "B". É um programa de idéias e debates, informativo e divertido.
Nesse pequeno e resumido relato, você, meu caro Pedro, vai perceber que o mais importante de tudo é ter sempre novas idéias e, principalmente, paixão pela televisão, o mais forte veículo de comunicação de todos os tempos. Procure ver sempre, do outro lado dessa tela luminosa, o rosto do povo brasileiro.

P.S. Transcrito da coluna de Carlos Alberto Viseu, pra quem eu prestei serviço na sua produtora "Tele Tape".

Um abraço a todos a quem me visita, Edigarde Rodrigues

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Meu Coração está Triste.


Madrugada dessa sexta-feira quando me preparava pra dormir por volta de meia noite e meia o que pra mim normalmente ainda é cedo, estava vendo o Jornal da Globo meio sonolento e um choque me despertou: A notícia inesperada da morte de uma das figuras mais importantes da Televisão brasileira, Fernando Barbosa Lima com quem tive o prazer de trabalhar no "Canal Livre" na Band Rio, no Programa"Etc." que Ziraldo apresentava sob a sua direção e na sua passagem pela extinta TV Manchete muito embora como produtor independente onde em sociedade com Roberto D'avila e Walter Salles Junior eles produziam "Conexão Internacional" que era realizado pela Intervídeo para aquela emissora em seu auge.
Mas foi ele quem me deu a primeira oportunidade de trabalhar em produção, além da minha função de sonoplasta, quando depois de uma tentativa frustrada de abrir uma agencia de publicidade na Região dos Lagos no Rio de Janeiro com um jornalista amigo meu na época, ele me colocou na produção do Programa "Cinema Rio", que foi um dos primeiros programas numa TV pública a ter uma chancela comercial que era do Banerj.
Eu estava retornando para o Rio e o procurei na TVE onde ele era diretor geral e como não havia um lugar pra mim na sonoplastia ele sabendo que eu produzira alguns shows de alguns artistas numa iniciativa própria, ou seja, eu os contratava e produzia em clubes do Rio de Janeiro, isso no inicio dos anos 80, ele juntamente com Roberto D'vila( então vice diretor) chamaram a Vivian Perl (então coordenadora geral de produção) e me indicaram para o programa, onde eu comecei como assistente de produção e no decorrer do mesmo substitui uma produtora que havia sido remanejada para outro programa, um episódio que eu nunca vou esquecer na minha vida.
Sempre o admirei não só por esse passagem, mas por ser um dos maiores criadores de programa de sucesso em vários canais brasileiros desde da extinta TV Rio onde nos anos 60 ele produziu o famoso Jornal de Vanguarda e o programa Times Square, Sem censura, nos anos 80 esteve à frente do "Abertura", o jornalista se posicionou abertamente contra o regime militar e muitos outros além do Canal Livre que já foi apresentado pela Marília Gabriela.
Pena que a memória cultural do brasileiro é muito curta mas não precisa ir muito longe pra saber quem foi Fernando Barbosa Lima é só conhecer um pouco da história da Televisão no Brasil que ele faz parte integral dela.
Perdemos um profissional brilhante e um ser Humano cheio de Luz.
Vou ter que tirá-lo das minhas referências em meu currículo.
O meu coração está de luto, arrastei a minha tristeza da cama e sem maquiá-la vim mostrar a vocês que me visitam e são meus amigos.
Vá em Paz meu amigo Fernando.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Publicidade na Tv Por Assinatura, Você é Contra ou a Favor?


O Projeto Lei do deputado Paulo Bornhausen de 07 de dezembro de 2007, dispõe sobre a organização e exploração das atividades de comunicação social eletrônica e dá outras
providências:
Libera a Publicidade para os canais de TV por assinatura, elimina a obrigatoriedade de distribuição dos canais de Televisão aberta pelas Operadoras de Televisão por assinatura, reduz a contribuição individual dos terminais móveis pré-pagos para a Fistel de R$ 24,00 para R$ 1,00, esse é o lado bom do projeto entre outras mudanças que irão afetar também os usuários de TV por assinatura se for aprovado como está querendo o Deputado num curto prazo, PL 29. Dêem uma olhada e deixe a sua opinião que é muito importante.
O SBT por exemplo já se manifestou contra a liberação da publicidade nos canais fechados segundo artigo publicado no Portal de Comunicação Comunique-se:

Em nota ao Comunique-se na tarde de segunda (25/08), a emissora argumenta que a TV aberta vive "exclusivamente" de propaganda e a TV paga vive da "venda de assinaturas".

"Se o dinheiro de publicidade começa a migrar para a televisão fechada, certamente, a televisão aberta, que é grátis e atinge a 100% da população, começa a ter sua qualidade de programação muito prejudicada. É assim que acontece nos países de primeiro mundo", diz a nota.

Vale a pena uma análise sobre a matéria.

Um abraço, Edigarde Rodrigues



domingo, 24 de agosto de 2008

O Homem que Sabia Demais.


Oi meus amigos.
Estou repassando aqui uma entrevista realizada pela revista trip sob a coordenação do Luciano Huck a respeito do "Homem que sabia demais" esse homem é Joe Wallach funcionário do grupo americano "Time Life" responsável pela implantação da TV Globo no Brasil contrariando a Legislação brasileira em relação a investimentos estrangeiros em comunicações.
Essa é uma entrevista documental que acho que a maior parte das pessoas ligadas a comunicação gostariam de tomar conhecimento, não para apedrejar a Rede Globo, mas para termos uma idéia pormenorizada do que acontece nos bastidores do poder dos Marinhos desde àquela época.

Transcrevo aqui na íntegra a Entrevista realizada com o ex-dono do caixa da TV Globo Joe Wallach:

http://revistatrip.uol.com.br/169/negras/home.htm

Boa leitura e se possível deixem as suas opiniões.

Um grande abraço, Edigarde Rodrigues

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Êta Medalhinha Cara, Cara!


Êta Medalhinha Cara!
Até que enfim depois de 12 dias de olimpíadas temos um herói desfilando em carro aberto pelas ruas de São paulo, chama-se César Cielo que ganhou uma medalha nos 100 metros livres da natação.
Não que eu seja derrotista e queira tirar o brilho da passeata , mas vamos ser sinceros, é muito pouco para um país que levou 278 atletas fora os cartolas, técnicos e os credenciados pelo o comitê olímpico brasileiro e até esse momento que escrevo essas mal traçadas linhas são apenas 6 medalhinhas, uma de ouro do filho de Santa Bárbara do Oeste o nosso herói César Cielo e as demais de bronze que eu esqueci os nomes dos ganhadores, " são tão importantes que eu esqueci"
Na manhã dessa terça -feira foi um chorôrô coletivo e mais uma decepção se não foi a maior da olimpíada.
A derrota melancólica da nossa seleção olímpica para nostros Hermanos argentinos, não podia ser pior, logo pra eles que trocaram o tango triste por uma batucada desde do estádio dos trabalhadores na China.
Os nossos jogadores que na sua grande maioria jogam na europa aproveitaram e tiraram umas férias e pagaram um mico que quando jogam nos seus clubes dificilmente acontece porque lá eles dão tudo de si e quando jogam pela a seleção usam as suas sapatilhas de show e com maquilagem se mascaram.
Nas copas de 58, 62 e 70 quantos jogavam em times europeus?
Ao que me consta não tinha nenhum dos nossos verdadeiros heróis e fizeram sempre bonito. Hoje temos um time de mercenários que não honram a camisa como deveriam.
Agora voltando a medalha de ouro, parabéns César Cielo, mas que medalhinha cara hein?
Vocês já pensaram quantas casas populares daria pra construir se levarmos em conta o que o Brasil gastou nessa olimpíada?
Êta medalhinha cara, cara!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Novo Recorde do Brasil nas Olimpíadas.


Quando começaram as olimpíadas eu pensei, dessa vez vamos rebentar porque afinal de contas o Brasil está batendo um novo recorde pelo menos no número de participantes na delegação.
Se esse derrame de dinheiro dos cofres públicos representar pelo menos algumas medalhinhas enquanto um grandioso número de nossos compatriotas nem sequer tem água pra beber sem falar que ainda se morre de fome no Brasil pode ser que venha a nos dar um pouco de orgulho de ser brasileiro, será?
Começamos trigésimo lugar, hoje estamos em quadragésimo terceiro , estamos indo.
Prá trás rsrsrsrs. Brasilsilsil!
Pra se ter uma idéia só o número de atletas são 278 perfis.
Imagina se pelo menos um quarto desses turistas em grande parte trouxessem uma medalhinha pra nossa coleção o que mudaria no dia a dia do nosso povo sem escolas, sem saúde, sem casa e sem comida.
Alguns podem até dizer que eu sou atrasado e não quero ver o Brasil se destacando nas Olimpíadas, claro que quero, mas o que eu quero mesmo é uma prioridade.
Não adianta comer sardinha e arrotar camarão, enquanto o Brasil não acabar com a fome principalmente não adianta tentar mostrar para o mundo que estamos num país de Alice.
Não adianta o BNDS investir em alguns países da América do sul pra parecer o BID tupiniquim enquanto brasileiros não tem milho pra fazer pipoca quanto mais pra ser empreendedor de um carrinho de pipoca.
Medalha de latão para o governo brasileiro.

Edigarde Rodrigues

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Meu Pensamento.

Quando eu resolvi criar esse blog pensei em ter um espaço para expressar os meus pensamentos, publicar minhas poesias, fazer criticas e elogios sobre assuntos do dia-a-dia e claro compartilhar com todos porque não teria sentido escrever só pra mim, de nada adiantaria eu ter um espaço e não contar com a companhia dos amigos e das pessoas que vem me visitar.
Muito embora esteja com o meu nome esse espaço é nosso e eu agradeço a participação de todos
que deixam as suas sugestões e comentários.
Um beijo a todos vocês, Edigarde Rodrigues